sexta-feira, 31 de outubro de 2008

... E vão dez


Com esta chegámos à dezena. Para que os atrasados e/ou distraídos não se venham depois queixar, aqui relembramos os grandes temas tratados anteriormente: 1. Os velhos da raia; 2. A juventude da BIS; 3. Associações e associativismos da BIS; 4. Artes e artistas da BIS; 5. Agriculturas e agricultores da BIS; 6. Artesãos e artes populares da BIS; 7. A educação e o ensino escolar no desenvolvimento da BIS; 8. Turismo e desenvolvimento local na BIS; 9. Cooperação e desenvolvimento local – mitos e realidades; 10. Migrações, a sua importância no nosso desenvolvimento.

Temos consciência das dificuldades inerentes à concretização da nossa pretensão de fazer da Beira Interior Sul um território coeso, capaz de definir objectivos comuns, em que todos se revejam e se sintam implicados.

Estamos convictos que essa (a coesão activa) é a grande mais-valia que projectará as nossas terras e vidas para a exemplaridade governativa do século XXI, e para o alcance de mais satisfatórias condições de vida.

Para muitos, este grande objectivo estratégico, não passa de mera e ousada utopia! Utopia ou não, é esta a grande ambição da VIVER, a nossa grande motivação. Contribuir para o entendimento entre todos os interesses e protagonismos existentes na BIS. Contribuir para a capacidade de todos e cada um de nós em sacrificar algum do nosso interesse pessoal em benefício do interesse colectivo.

Por experiência, temos noção da lentidão e descontinuidade existentes na progressão dos processos de mudança social. Mudar comportamentos arreigados e interesses instalados, é como água mole em pedra dura… dura, dura… mas tanto bate até que fura!

Claro que não temos a pretensão de ter, nem sequer, a força da água mole.

Apesar disso, sentimos a obrigação de usar os meios que temos e a limitada inteligência que nos deram, para ajudar, para provocar a reflexão, para chamar cada vez mais pessoas para a prática do entendimento tolerante e activo em favor de acções comuns, cada vez mais decisivas para os nossos futuros.

Há quem, abdicando de toda a responsabilidade sobre as leis que temos, pense que não nos podemos auto-governar porque as leis deste país não o permitem, são centralizadoras e “impostas de cima”, etc. e tal.

Não se deve pensar dessa maneira, não temos nada de ficar à espera que nos “regionalizem”, que nos “localizem”, que nos “autonomizem”. Pela nossa capacidade de entendimento e pela nossa decisão e prática de agir concertadamente, somos nós que nos regionalizamos, que nos autonomizamos, sem necessidade de que alguém o decrete.

O exercício responsável da LIBERDADE também é isto!

Como alguém disse: - fazer sermões sobre a liberdade, sem se esforçar por desenvolver a responsabilidade que o seu exercício quotidiano exige, nem criar as condições prévias à possibilidade da sua existência prática, leva-nos ao Fascismo.

É para esta causa que, número a número, com a clareza de que somos capazes, fazemos e levamos até vós a VIVER… vamos lá… pela BIS!

O Editor,
Camilo Mortágua

Descarregue PDF da Revista Viver 10

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